segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)


Nascido em Susquehanna, na Pensilvânia, Skinner cresceu em ambiente muito estável e de muito afeto. Frequentou a mesma pequena escola de ensino médio em que se formaram os seus pais; na cerimônia de formatura, havia apenas ele e mais sete outros colegas. Quando criança gostava de construir vagões, jangadas, aeromodelos, chegando a montar uma espécie de canhão a vapor para atirar pedaços de cenoura a batata sobre o telhado. Passou anos tentando desenvolver uma máquina de movimento perpétuo. Gostava de ler sobre os animais e mantinha diversas espécies de tartarugas, cobras, lagartos, sapos e esquilos. Em uma feira local, viu alguns pombos realizando performances; e, anos mais tarde, treinou algumas dessas aves para realizar alguns truques.

O sistema de psicologia de Skinner reflete as próprias experiências de infância. De acordo com seu ponto de vista, a vida é produto da história de reforços. Afirmava que sua vida foi premeditada e organizada de acordo exatamente do modo que seu sistema ditava como devia ser a vida de todo ser humano. Acreditava que suas experiências estavam relacionadas exclusiva e diretamente aos estímulos do próprio ambiente.

Formou-se em Letras - Inglês, com distinção Phi Beta Kappa, e desejava tornar-se escritor. Em um seminário de redação de que participou no verão. O poeta Robert Frost elogiou seus poemas e contos. Por dois anos, depois de se formar, trabalhou escrevendo, mas chegou a conclusão de que não tinha nada a dizer. Deprimido pelo fiasco como escritor, pensou em consultar um psiquiatra. Considerava-se um fracasso, e sua autoestima estava despedaçada. Além disso, estava desiludido no amor; mais ou menos meia dúzia de mulheres rejeitaram-no.

Leu sobre as experiências de condicionamento de Watson e Pavlov, os quais lhe despertaram um interesse mais científico que literário acerca da natureza humana. Em 1928, matriculou-se no curso de pós-graduação em psicologia na Harvard University, embora não houvesse freqüentado qualquer curso da área. Obteve o Ph.D. em três anos completou com bolsa de estudo o pós-doutorado e lecionou na University of Minnesota (1936-1945) e na Indiana University (1945-1947), retornando depois para Harvard.

O tópico da sua dissertação dá uma indicação da posição que adotaria por toda a carreira. Propôs ser o reflexo simplesmente uma correlação entre um estímulo e uma resposta, nada mais. Destacava a utilidade do conceito de reflexo na descrição do comportamento e dava amplo crédito a Descartes.

O seu livro lançado em 1938, The behavior of organisms, descreve os pontos principais do seu sistema. A obra vendeu apenas 80 cópias em quatro anos, perfazendo um total de 500 cópias nos oito primeiros anos, e recebeu críticas muito negativas. Cinqüenta anos depois, foi considerado “um dentre alguns livros que mudaram a face da psicologia moderna”. O que levou esse livro do fracasso inicial para o estrondoso sucesso foi a sua utilidade nas áreas aplicadas, como na psicologia educacional e clínica. Essa ampla aplicação prática das idéias de Skinner era bastante adequada, já que ele estava profundamente interessado em resolver os problemas da vida real. Um trabalho posterior, Science and humam behavior (1953), tornou-se o livro básico da psicologia behaviorista de Skinner.

Skinner continuou produzindo até a morte, com 86 anos. No porão da sua casa, construiu a própria “caixa de Skinner”, um ambiente controlado para proporcionar reforçamento positivo. Dormia em um tanque de plástico amarelo suficientemente grande para colocar um colchão, algumas prateleiras de livros e um pequeno aparelho de televisão. Deitava-se às 10 horas, dormia três horas, trabalhava uma hora, dormia mais três horas e levantava-se às cinco da manhã para trabalhar mais três horas. Depois, seguia para o escritório para trabalhar mais e toda tarde aplicava-se um autorreforço ouvindo música.

Gostava de escrever e dizia que essa atividade proporcionava-lhe bastante reforço positivo. Com 78 anos, escreveu um trabalho intitulado “Intellectual self-management in old age” (Autogerenciamento intelectual na velhice), descrevendo suas experiências como um estudo de caso. Descreveu a necessidade de o cérebro trabalhar menos horas por dia, com períodos de descanso entre os esforços exaustivos, para lidar com a perda de memória e a redução da capacidade intelectual. Ficou feliz ao saber que fora citado na leitura psicológica mais vezes do que Sigmund Freud. Quando perguntado por um amigo se tinha atingido a meta como escritor, apenas comentou: “Pensei que conseguiria”.

Em 1989, BF Skinner foi diagnosticado com leucemia, tendo expectativa de dois meses de vida. Oito dias antes de morrer, mesmo fraco, BF Skinner apresentou um trabalho na convenção da APA de 1990, em Boston. Atacou veemente o crescimento da psicologia cognitiva, que desafiava sua forma de behaviorismo. Na tarde anterior à sua morte, trabalhava no seu último artigo, “Can psycology be a science of mind?” (A psicologia pode ser uma ciência da mente?), outra acusação contra o movimento cognitivo que ameaçava suplantar a sua visão de psicologia.

Psicoloucos. Biografia de Skinner. Disponível em: http://www.psicoloucos.com/Skinner/biografia-de-burrhus-frederic-skinner.html. Acesso em 19 jan. 2013.

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