Segundo
ele, existe uma visão alternativa para se ver a inteligência das pessoas. Não
como um método que avalie apenas o conhecimento matemático e linguístico do
ser. É uma visão pluralista da mente, reconhecendo muitas facetas diferentes e
separadas da cognição, reconhecendo que as pessoas têm forças cognitivas
diferenciadas e estilos cognitivos contrastantes. Também queria introduzir o
conceito de escola centrada no aluno, modelo que seria totalmente oposto ao de
Binet.
Gardner
define como inteligência a capacidade de resolver problemas ou de elaborar
produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários. A ciência neste empreendimento, na medida em que ela existe,
envolve tentar descobrir a descrição certa das inteligências. O que é
uma inteligência? Para tentar responder a esta pergunta, ele examinou, um amplo
conjunto de fontes que jamais haviam sido consideradas juntas anteriormente.
Uma das fontes é aquela que já conhecemos, referente ao desenvolvimento de
diferentes tipos de capacidades nas crianças normais. Uma outra fonte, e muito
importante, é a informação sobre o modo pelo qual estas capacidades falham sob
condições de dano cerebral.
Deste
pensamento, Gardner conseguiu criar uma lista de sete inteligências, que ele
próprio descreveu ao longo do texto. A inteligência linguística é o tipo de
capacidade exibida em sua forma mais completa, talvez, pelos poetas. A
inteligência lógico-matemática, como o nome implica, é a capacidade lógica e
matemática, assim como a capacidade científica. A inteligência espacial é a
capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e de ser capaz de
manobrar é operar utilizando esse modelo.
A
inteligência musical é a quarta categoria de capacidade identificada por ele:
Leonard Bemstein a possuía em alto grau; Mozart, presumivelmente, ainda mais. A
inteligência corporal-cinestésica é a capacidade de resolver problemas ou de
elaborar produtos utilizando o corpo inteiro, ou partes do corpo. Ainda,
sugeriu duas inteligências “pessoais”. A inteligência interpessoal, que é a
capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, como elas trabalham,
como trabalhar cooperativamente com elas e a inteligência intrapessoal, um
sétimo tipo de inteligência, que é uma capacidade correlativa, voltada para
dentro,é a capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de
utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida. Com isso, ele queira deixar
clara a pluralidade do intelecto.
Gardner considerava a inteligência como
potencial biológico. E com a teoria, propôs uma escola diferente, uma escola
voltada para um entendimento e desenvolvimento ótimos do perfil cognitivo de
cada aluno. Esta escola tem um planejamento diferente, já que para ele, nem
todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades. Uma escola centrada no
indivíduo seria rica na avaliação das capacidades e tendências Individuais. Ela
procuraria adequar os indivíduos não apenas a áreas curriculares, mas também a
maneiras particulares de ensinar esses assuntos. E depois dos primeiros anos, a
escola também procuraria adequar os indivíduos aos vários tipos de vida e de
opções de trabalho existentes em sua cultura.
Ele ainda propôs um novo conjunto de papéis
na escola. Lá haveriam de ter os “especialistas em avaliação”, que teriam que
tentar compreender, ao sensível e completamente quanto possível, as capacidades
e interesses do aluno na escola. E ainda, cada escola teria “agentes de
currículo para o aluno” que ajudariam a combinar os perfis, objetivos e
interesses dos alunos a determinados currículos e determinados estilos de aprendizagem.
Também, seriam necessários, “agentes da escola-comunidade”, que seriam pessoas
que deveriam encontrar situações na comunidade, determinadas opções não
disponíveis na escola, para as crianças que apresentam perfis cognitivos
incomuns.
Com esta visão, ele acredita que os
professores seriam liberados para fazer aquilo que devem fazer, que é ensinar o
assunto da sua matéria, em seu estilo de ensino preferido.
Criticando sempre o modelo de medição da
aprendizagem chamado de Quociente de Inteligência (QI), Gardner introduziu seu
ponto de vista alternativo, em que Uma inteligência implicaria na capacidade de
resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado
ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permitiria
a pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar
a rota adequada para esse objetivo. A criação de um produto cultural seria
crucial nessa função, na medida em que captura e transmite o conhecimento ou
expressa as opiniões ou os sentimentos da pessoa. Os problemas a serem
resolvidos variam desde teorias científicas até composições musicais para
campanhas políticas de sucesso.
Logo após, Gardner descreve as sete inteligências
iniciais. Abaixo, um resumo com as principais características das pessoas que
possuem cada uma das inteligências mais afloradas:
Inteligência Musical
Alta percepção em entender, perceber e criar
ritmos e timbres.
Inteligência Corporal-Cinestésica
Alto controle dos movimentos do corpo e boa
coordenação motora.
Inteligência Lógico-Matemática
Alta capacidade de dedução e bom senso de
lógica
Inteligência Linguística
Grande desenvolvimento da escrita, capacidade
de aprender novas línguas e palavras.
Inteligência Espacial
Capacidade de perceber relações e padrões
visuais, e ainda, formas espaciais.
Inteligência Interpessoal
Capacidade de perceber os sentimentos de
outras pessoas, e compreendê-las.
Inteligência Intrapessoal
Tem grande autoconhecimento e uso preciso
deste.
Em seguida, Gardner traz as implicações de
sua teoria para a educação. Uma vez que todas as inteligências são parte da
herança humana genética, em algum nível básico cada inteligência se manifesta
universalmente independentemente da educação ou do apoio cultural. Deixando de
lado no momento, as populações excepcionais, todos os seres humanos
possuem certas capacidades essenciais em cada uma das inteligências.
Mas, embora todos os seres humanos possuam
todas as inteligências em algum grau, certos indivíduos são considerados
"promissores". Eles são extremamente bem-dotados com as capacidades e
habilidades essenciais daquela inteligência. Este fato se torna importante para
a cultura como um todo, uma vez que, em geral, esses indivíduos
excepcionalmente talentosos realizarão notáveis avanços nas manifestações
culturais daquela inteligência.
Outro ponto bastante ressaltado na teoria é a
importância da avaliação.
Os meios de avaliação que Gardner sugeriu
deveriam buscar fundamentalmente as capacidades de resolver problemas ou
elaborar produtos nos indivíduos, através de uma variedade de materiais. Ainda,
a avaliação de uma determinada inteligência (ou de um conjunto de inteligências)
deveria salientar problemas que podem ser resolvidos nos materiais daquela inteligência.
Por fim, o autor
ressalta a capacidade que o professor deve ter em lidar com a pluralidade das
inteligências, a fim de obter melhores resultados.
Nota: Atualmente, as inteligências já são 8, pois Gardner reconheceu a Inteligência Naturalista, que é a capacidade de interagir com a natureza.
Nota: Atualmente, as inteligências já são 8, pois Gardner reconheceu a Inteligência Naturalista, que é a capacidade de interagir com a natureza.
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